Cairo, Egipto, 9 de Novembro de 2022 — As oportunidades de investimento privado para apoiar a adaptação às mudanças climáticas contra inundações e secas em África podem atingir um total de US$ 100 mil milhões até 2040, segundo um estudo da IFC publicado hoje.
Abrangendo 43 dos 54 países de África, o estudo avaliou oportunidades de investimento comercialmente viáveis que fortalecerão a resiliência climática do continente e apoiarão o desenvolvimento e a criação de empregos. O estudo descobriu que muitas das oportunidades mais promissoras estão nos países de baixa renda da África, incluindo Essuatíni, Malawi, Namíbia, Níger e Mauritânia.
As oportunidades específicas incluem o investimento em variedades de culturas resistentes ao clima, seguro agrícola de colheitas para os agricultores, sistemas de irrigação para protecção contra secas, dados climáticos e sistemas de informações, e a construção de diques para protecção contra inundações costeiras.
"Eventos climáticos extremos estão a ocorrer com maior frequência e gravidade na África, com inundações e secas particularmente devastadoras. Contudo, os governos sozinhos não conseguem financiar os investimentos necessários para dar resposta a estes problemas. O sector privado desempenhará um papel fundamental no fornecimento dos investimentos que contribuirão para a agenda climática", disse Sérgio Pimenta, Vice-Presidente da IFC para a África. "Este estudo mostra a abundância de oportunidades para investidores, que irão ajudar a África a adaptar-se à nova realidade climática e apoiar o desenvolvimento econômico."
Apesar de colectivamente serem responsáveis por menos de 4% das emissões globais de gases com efeito de estufa, os países africanos são alguns dos mais vulneráveis às alterações climáticas, o que se deve, em parte, à sua profunda dependência da agricultura de sequeiro e limitada capacidade para responder e adaptar-se aos choques. Entre 1990 e 2019, África registou 1 107 inundações e secas, levando a cerca de 44 000 mortes e pelo menos a US$ 14 mil milhões em prejuízos, segundo o estudo, utilizando dados da Base de Dados do Centro para Investigação sobre a Epidemiologia de Catástrofes (EM-DAT). O estudo descobriu ainda que, desde 1990, secas e inundações reduziram o PIB dos países africanos numa média de 0,7% e 0,4%, respectivamente.
O estudo calculou os investimentos iniciais necessários em cada país para contrabalançar os prejuízos decorrentes das secas e das inundações, pressupondo que a gravidade e a frequência destes eventos permanecem inalteradas ao longo dos próximos 20 anos. Como é provável que estes desastres se tornem mais frequentes e mais severos no futuro, as necessidades de investimento serão possivelmente ainda maiores, segundo o estudo.
O estudo surge numa altura em que a COP27, conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, destaca o papel central que o sector privado pode desempenhar na adaptação às alterações climáticas, em especial em África.
No ano fiscal 2022, a IFC entregou US$ 4,4 mil milhões em financiamento climático globalmente e mobilizou mais US$ 3,3 mil milhões de outras fontes, com US$ 2,1 mil milhões para apoio da transição verde de África.
O estudo completo pode ser descarregado aqui.
Sobre a IFC
A Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês) - membro do Grupo do Banco Mundial - é a maior instituição de desenvolvimento global centrada no sector privado nos mercados emergentes. Trabalhamos em mais de 100 países, utilizando o nosso capital, perícia e influência para criar mercados e oportunidades nos países em desenvolvimento. No ano fiscal de 2022, a IFC comprometeu um montante recorde de 32,8 mil milhões de dólares a empresas privadas e instituições financeiras nos países em desenvolvimento, alavancando o poder do sector privado para acabar com a pobreza extrema e impulsionar a prosperidade partilhada, à medida que as economias lutam contra os impactos de crises globais cada vez mais graves.
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