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Apoiando Empresas e Trabalhadores durante a pandemia de COVID-19

março 17, 2020

A pandemia de coronavírus já custou milhares de vidas e forçou famílias a fazerem mudanças drásticas no modo como vivem. Além disso, está causando outro tipo de impacto ao colocar em risco empregos e meios de vida de pessoas no mundo todo.

Os danos já são evidentes. Com eventos públicos sendo cancelados e pessoas sendo levadas a evitar multidões, as indústrias de viagens e turismo estão passando por uma queda expressiva na demanda. Os fabricantes ligados a cadeias de fornecimento globais estão enfrentando graves rupturas. Algumas empresas já estão enfrentando uma crise de liquidez, forçando-as a reduzir operações e a demitir funcionários. O impacto é ainda maior nas micro, pequenas e médias empresas, que muitas vezes têm menos capital para suas operações diárias do que as grandes companhias e, portanto, são altamente vulneráveis a crises globais. A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) prevê que o crescimento global este ano será inferior ao esperado mesmo que o surto seja contido, e que a produção mundial poderá se contrair no primeiro trimestre.

Em resposta a isso, a IFC está aumentando o financiamento a empresas para ajudar no combate à crise. O Conselho de Administração da IFC aprovou na terça-feira um valor adicional de 2 bilhões de dólares para financiamento acelerado, elevando o total para 8 bilhões de dólares destinados a ajudar a amparar economias e preservar empregos. A resposta da IFC faz parte de um pacote de 14 bilhões de dólares que está em fase de implementação pelo Grupo Banco Mundial.


Manter a solvência das empresas é crucial para preservar empregos e minimizar danos econômicos. Foto de Robert Spasovski/IFC

“Essa pandemia não está somente custando vidas; seus impactos nas economias e nos padrões de vida das pessoas provavelmente irão além da fase da emergência sanitária. Ao assegurar que nossos clientes mantenham suas operações durante esse tempo, esperamos que o setor privado em países em desenvolvimento esteja mais bem preparado para ajudar as economias a se recuperarem mais rápido”, disse Philippe Le Houérou, CEO da IFC. “Isso ajudará os grupos vulneráveis a recuperarem mais rapidamente os seus meios de sustento e a continuarem a investir no futuro”.


A resposta da IFC tem quatro componentes:

  • US$ 2 bilhões da Linha de Resposta à Crise para o Setor Real, que apoiará clientes existentes nos setores de infraestrutura, manufatura, agricultura e serviços vulneráveis à pandemia. A IFC vai oferecer empréstimos às empresas que precisarem e, se necessário, fazer investimentos em participação nas empresas.

  • US$ 2 bilhões do Programa Global de Trade Finance para cobrir riscos de pagamento de instituições financeiras para que elas possam oferecer financiamento ao comércio para empresas que importam e exportam bens. A IFC espera que isso ajude pequenas e médias empresas envolvidas em cadeias globais de suprimentos.

  • US$ 2 bilhões para o programa de Soluções de Capital de Giro, que proverá recursos para bancos de mercados emergentes para expandir o crédito e ajudar empresas a recuperarem seu caixa para pagar contas e trabalhadores.

  • US$ 2 bilhões dos programas de Trade Liquidity e de Financiamento a Commodities Críticas, ambos oferecendo participação de risco para apoiar bancos locais a fim de que possam continuar a financiar empresas em mercados emergentes.


O objetivo da IFC é, por meio do setor privado, melhorar a vida nos países em desenvolvimento. Em tempos de crise, apoiar o setor privado é crucial, uma vez que as empresas são o principal gerador de empregos nas economias em desenvolvimento. A nossa experiência de crises passadas, incluindo a crise financeira global em 2008 e a crise do Ebola na África Ocidental, mostrou que manter as empresas solventes é chave para preservar empregos e conter os danos econômicos.

O que tudo isso significa para as empresas e seus trabalhadores?

Vejamos o programa do setor real. Se os negócios de um cliente da IFC estão em um setor industrial bastante atingido, a IFC poderá conceder um empréstimo para aumentar seu capital de giro. Essa ferramenta também poderá ser usada por empresas farmacêuticas e fornecedores de equipamentos médicos sobrecarregados pela demanda. No caso do programa de financiamento ao comércio exterior, a IFC já ajudou bancos no Vietnã a aumentarem seus limites de financiamento ao comércio exterior para 294 milhões de dólares, numa transação realizada em apenas nove dias úteis.


Pequenas empresas normalmente têm menos capital para operações diárias do que grandes companhias, estando mais vulneráveis a crises globais. Foto de Iwan Bagus/IFC

“A eficácia de qualquer resposta à crise depende da sua capacidade de ser aplicada rapidamente no mercado”, disse Hyung Ahn, gerente sênior da unidade de Indústria Global, Mercados Financeiros, Comércio e Cadeia de Fornecimento da IFC, que participou da resposta da IFC à crise de 2008. “Esse é o nosso foco agora”.

A IFC está entrando em contato com os seus clientes para ver quais têm mais necessidades. O apoio financeiro será global.

“A COVID-19 está afetando financeiramente as pessoas em toda a região, e é importante que trabalhemos para diminuir esse custo, ajudando o setor privado a continuar a operar e reter os trabalhadores diante do declínio da demanda e dos desafios da cadeia de fornecimento”, disse Vivek Pathak, diretor regional da IFC para o Leste Asiático e o Pacífico.

Publicado em março de 2020