São Paulo, 15 de maio de 2025 — A International Finance Corporation (IFC) divulgou hoje novas Diretrizes Harmonizadas de Financiamento para Economia Circular no Fórum Mundial de Economia Circular, no Brasil. As diretrizes foram elaboradas para auxiliar investidores, instituições financeiras e empresas privadas a identificar e quantificar oportunidades de canalizar financiamento para projetos que apoiem a economia circular. Ao fornecer orientações claras sobre atividades elegíveis e transações válidas, as diretrizes visam promover a convergência do mercado e são projetadas para aplicação em âmbito global.
A maioria das empresas subestima o potencial real das atividades de economia circular para aumentar a lucratividade e garantir financiamento. Ao mesmo tempo, as instituições financeiras estão dispostas a financiar o setor — mas ambos os lados frequentemente têm dificuldade em esclarecer o que é válido para investimento além dos modelos tradicionais de reciclagem.
“A economia circular é uma oportunidade econômica global de vários trilhões de dólares, com potencial para criar milhões de empregos, especialmente em pequenas e médias empresas ao longo do ciclo de vida do produto”, afirmou Jamie Fergusson, Diretor Global de Negócios Climáticos da IFC. “Ao capacitar instituições financeiras, empresas, e pequenos e médios negócios para reconhecer atividades elegíveis, as diretrizes podem ajudar as empresas a adaptar projetos e explorar novas oportunidades de financiamento para a economia circular, ao mesmo tempo em que fortalecem a confiança dos investidores nesses produtos financeiros inovadores.”
Com base no sucesso das taxonomias de finanças sustentáveis para biodiversidade, finanças azuis e títulos verdes, as diretrizes buscam expandir as classes de ativos elegíveis e mobilizar capital privado para apoiar o desenvolvimento sustentável. Elas se alinham ao Sistema de Categorização da União Europeia e aos Princípios de Títulos Verdes da Associação Internacional de Mercados de Capitais (ICMA - International Capital Markets Association), garantindo que sejam agnósticas em termos de setor e adequadas a diferentes propósitos em todo o mundo. Elas são as primeiras a definir e quantificar os valores de transações elegíveis.
As diretrizes servem como uma ferramenta prática para instituições financeiras e empresas identificarem, avaliarem e quantificarem fluxos financeiros para projetos de economia circular. Exemplos ilustrativos de projetos e tipos de financiamento estão incluídos em seis setores: eletrônicos e eletrodomésticos, embalagens, têxteis, construção e meio ambiente, automotivo e transporte, e agronegócio. Estas diretrizes ajudarão a acelerar a transição para uma economia circular, melhorando o contexto de apoio, catalisando o setor privado e mobilizando capital privado. Ao longo do próximo ano, a IFC trabalhará com parceiros para promover a convergência de diretrizes harmonizadas e aprender a partir da sua implementação, com a possibilidade de fazer atualizações à medida que as lições forem aprendidas.
“A economia circular representa um modelo econômico transformador para alcançar o desenvolvimento sustentável, reduzindo a dependência de recursos e promovendo a regeneração de ecossistemas naturais”, afirmou Lisa Da Silva, Líder Global de Finanças para Economia Circular da IFC. “Modelos de economia circular podem diminuir custos operacionais, reduzindo insumos e resíduos, ao mesmo tempo em que aumentam a resiliência econômica nacional, reduzindo a vulnerabilidade à escassez de matérias-primas essenciais, à volatilidade de preços e às interrupções na cadeia de suprimentos.”
Apesar da promessa da circularidade, a falta de definições e padrões aceitos e as lacunas de conhecimento e dados continuam a ser um obstáculo para investimentos em larga escala. As novas Diretrizes visam enfrentar esses desafios, fornecendo uma estrutura harmonizada que promova a confiança entre investidores que buscam oportunidades de investimento transparentes, comparáveis e verificáveis.
As diretrizes foram desenvolvidas por um grupo de trabalho que inclui a IFC, a Circle Economy, a The Circulate Initiative, a Ellen MacArthur Foundation e o Intesa Sanpaolo. Contribuições também foram feitas pelo PNUMA-FI, pelo Grupo de Trabalho de Economia Circular dos MDBs (sigla em inglês para Bancos Multilaterais de Desenvolvimento), por instituições financeiras privadas e pelos grupos focais e de especialistas setoriais da IFC.
Sobre a IFC
A IFC — membro do Grupo Banco Mundial — é a maior instituição global de desenvolvimento voltada para o setor privado nos mercados emergentes. Trabalhamos em mais de 100 países, usando nosso capital, conhecimentos técnicos e influência para criar mercados e oportunidades nos países em desenvolvimento. No exercício financeiro de 2024, a IFC alocou um valor recorde de US$ 56 bilhões para empresas privadas e instituições financeiras nesses países, alavancando soluções do setor privado e mobilizando o capital privado para criar um mundo livre da pobreza e um planeta habitável. Para mais informações, visite www.ifc.org.
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