São Paulo, 1 de julho de 2021 — A IFC, membro do Grupo Banco Mundial, liderou uma operação de US$ 100 milhões (cerca de R$ 500 milhões) para financiar parte do projeto de nova unidade termelétrica da São Martinho que aumentará a oferta de energia limpa e renovável da Companhia em aproximadamente 20%, além de investimentos na renovação de plantio de cana de açúcar, por meio de práticas agrícolas inovadoras. Com este novo projeto de cogeração, o setor privado adiciona esforços para cumprir os compromissos assumidos pelo governo brasileiro no Acordo Climático de Paris de redução de 43% nas emissões de gás de efeito estufa entre 2005 e 2030.
A linha de crédito é composta de US$ 55 milhões de recursos próprios da IFC, com prazo de 12 anos, e US$ 45 milhões mobilizados de outra instituição financeira, o Rabobank. Uma parte dessa operação traz um componente inovador por adicionar um instrumento financeiro ainda pouco utilizado pelo agronegócio: o financiamento verde fundamentado nos Green Loan Principles (GLP). Os princípios têm como objetivo a criação de uma estrutura com alto nível de padrões e diretrizes socioambientais, proporcionando uma metodologia consistente, além da promoção da integridade por meio de empréstimos verdes. Essa parcela do empréstimo será utilizada para financiar a conclusão da expansão de cogeração da São Martinho através da substituição das caldeiras e geradores existentes por outros de maior capacidade e mais eficientes, contando inclusive com a utilização da técnica de ciclo regenerativo, que associada ao uso de caldeira de leito fluidizado, aumentará a exportação de bioenergia da companhia em aproximadamente 210 GWh por safra, evitando a emissão de cerca de 85 mil toneladas de GEE por ano, quando comparada a energia elétrica gerada via gás natural.
Esse incremento na produção de energia limpa e renovável, além de contribuir positivamente para o desenvolvimento da matriz energética brasileira, tem capacidade para abastecer o equivalente a 46 mil residências todos os anos, utilizando a mesma quantidade de bagaço consumido atualmente, além de ampliar o nível de segurança operacional, por meio de processos mais automatizados, e reduzindo em cerca de 300 toneladas as emissões de particulado e 4 toneladas de NOx por ano, reforçando a posição da São Martinho como uma empresa líder em sustentabilidade ambiental e em ESG.
Quantos aos investimentos atrelados à renovação por meio do plantio de cana-de-açúcar da São Martinho, os recursos utilizados permitirão a potencialização de técnicas agrícolas inteligentes, que incluem a maximização do uso de fertilizantes orgânicos, a utilização de técnica de preparo do solo localizado (que reduz em 5 vezes a emissão de GEE versus a técnica convencional), a reciclagem de nutrientes, além do uso de imagens e em tempo real para acompanhamento do desenvolvimento dos canaviais.
"São investimentos que incrementarão em aproximadamente 20% o volume de energia da São Martinho, contribuindo para a matriz energética brasileira, em especial no período de safra que coincide com o período de seca no Centro-Sul do país. Além disso, iremos adquirir equipamentos de empresas regionais, gerando cerca de 400 novos empregos direta e indiretamente, fomentando a economia local" afirma Felipe Vicchiato, CFO da São Martinho.
"A IFC estimula investimentos que contribuam para fortalecer a eficiência energética e criem soluções de agricultura mais sustentável ambientalmente," afirma Carlos Leiria Pinto, Gerente Geral da IFC no Brasil. "Neste projeto, a IFC aporta seu conhecimento e experiência para ampliar o uso do financiamento verde no agronegócio a um nível que seja mais compatível com a participação do setor na economia", acrescenta.
Este é o primeiro green loan no setor de açúcar e etanol do Brasil e, com o apoio a essa operação, a IFC cumpre com seu papel de ampliar os instrumentos qualificados de financiamento e contribuir para alcançar as aspirações de redução nas emissões de gás de efeito estufa no país. A expectativa é que esse novo instrumento de financiamento gere um efeito demonstração no agronegócio, estimulando maior demanda por green loans no setor.
O agronegócio é um dos motores mais importantes da economia brasileira, respondendo por aproximadamente 20% PIB do país (incluindo insumos agrícolas, produção agrícola, processamento industrial e serviços relacionados). O Brasil é um dos maiores e mais eficientes produtores de açúcar e etanol, possuindo disponibilidade de terras aráveis, solo e condições climáticas favoráveis. Para a safra encerrada em março de 2020, o açúcar do Brasil respondeu por aproximadamente 16% da produção global e 47% do fluxo mundial de exportação de açúcar. Esta é a segunda transação da IFC com a São Martinho. A primeira foi assinada em junho de 2017, em um financiamento de US$ 90 milhões.
Sobre a IFC
A IFC - membro do Grupo Banco Mundial - é a maior instituição global de desenvolvimento voltada para o setor privado nos mercados emergentes. Trabalhamos em mais de 100 países, usando nosso capital, conhecimentos técnicos e influência para criar mercados e gerar oportunidades nos países em desenvolvimento. No exercício financeiro de 2020, investimos US$ 22 bilhões em empresas privadas e instituições financeiras nos países em desenvolvimento, alavancando o poder do setor privado para erradicar a pobreza extrema e aumentar a prosperidade compartilhada. Para mais informações, visite www.ifc.org.
Sobre a São Martinho
A São Martinho está entre os maiores e mais eficientes grupos sucroenergéticos do Brasil, com capacidade aproximada de moagem de 24 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e índice médio de mecanização de colheita de 100%, uma referência no setor. Possui quatro unidades em operação: Usina São Martinho, em Pradópolis, na região de Ribeirão Preto (SP); Usina Iracema, em Iracemápolis, na região de Limeira (SP); Usina Santa Cruz, localizada em Américo Brasiliense (SP) e Usina Boa Vista, em Quirinópolis, a 300 quilômetros de Goiânia (GO). As usinas São Martinho, Santa Cruz e Iracema produzem açúcar e etanol, enquanto a Usina Boa Vista é dedicada exclusivamente à produção de etanol. Todas elas geram energia elétrica a partir da queima do bagaço da cana, garantindo autossuficiência e venda do excedente. Para mais informações, visite www.saomartinho.com.br
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